Hospital da Mulher do Agreste já realizou mais de 200 partos em menos de duas semanas de funcionamento
Em menos de duas semanas desde sua abertura, o Hospital da Mulher do Agreste (HMA), em Caruaru, já contabiliza mais de 230 partos realizados. A média atual é de 15 a 20 nascimentos por dia, número que, segundo a diretora da unidade, Bárbara Florêncio, deve chegar a 30 até os próximos meses. A informação foi compartilhada durante entrevista ao programa Manhã Cidade, com os jornalistas Renata Torres e Vitor Araújo, nesta quinta-feira (22).
O HMA funciona com atendimento hospitalar e ambulatorial, voltado especialmente para gestantes de alto risco, vindas dos 52 municípios da região. A unidade já iniciou o pré-natal para esse público e, segundo Bárbara, vai ampliar, a partir do próximo mês, o número de especialidades disponíveis, incluindo psiquiatria, endocrinologia e cardiologia voltadas às gestantes. O objetivo é oferecer um cuidado completo desde o pré-natal até o pós-parto.
“A gente trabalha para que essa mulher se sinta acolhida em um momento tão especial. Desde o direito ao acompanhante, até escolher a música para o parto e levar para casa o carimbo da placenta como lembrança”, destacou a diretora.
Além das gestantes reguladas pelos municípios, o hospital também recebe pacientes de forma espontânea, inclusive via ambulância ou transporte particular. Essa dinâmica, segundo Bárbara, torna difícil prever a quantidade de atendimentos por dia — o que já levou a momentos de lotação nos primeiros dias de funcionamento. Ao todo, mais de mil atendimentos de emergência já foram realizados, incluindo casos em que a mulher ainda não estava em trabalho de parto, mas necessitava de avaliação médica.
Atendimento ambulatorial e futura expansão
Atualmente, o ambulatório do HMA atende gestantes de alto risco e recém-nascidos egressos da maternidade para acompanhamento, vacinação e exames como o teste do pezinho. Esse serviço, no entanto, não funciona por demanda espontânea, sendo necessário encaminhamento pela rede de saúde municipal e regulação estadual.
O hospital, que levou mais de 12 anos para ser concluído, está em fase inicial de operação. Mas, de acordo com Bárbara, a expectativa é que em até três meses ele funcione em sua totalidade, oferecendo também atendimentos ginecológicos ambulatoriais e cirurgias eletivas para mulheres.
“O Hospital da Mulher do Agreste não é apenas uma maternidade. Essa é só a primeira etapa. Em breve, a gente vai oferecer uma série de outros serviços voltados à saúde da mulher, ampliando o acesso e diminuindo a necessidade de deslocamentos longos para quem mora no interior”, explicou.
Localização estratégica e atendimento humanizado
Além da estrutura física e da ampliação de especialidades, Bárbara destacou o cuidado com a humanização do parto como um dos pilares da unidade, com atenção ao vínculo entre mãe e bebê desde o início do atendimento.
Ela também enfatizou o impacto da localização estratégica da unidade, ao relatar casos em que o atendimento rápido salvou vidas. “Recebemos uma paciente de São Caetano que teve uma hemorragia grave. Se ela tivesse que ir até Vitória, não teria tempo. Nossa equipe conseguiu estabilizá-la e salvar a vida dela aqui”, contou.
O Hospital da Mulher do Agreste é a primeira das cinco maternidades regionais previstas no plano de governo do Estado de Pernambuco. As próximas unidades devem ser entregues em Ouricuri, Serra Talhada, Igarassu e Garanhuns.
“Nosso objetivo não é ser apenas mais uma unidade de saúde, mas realmente fazer a diferença na vida das mulheres e das famílias. Isso exige construção diária, treinamento das equipes e sensibilidade com cada paciente que chega até nós”, concluiu Bárbara Florêncio.
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