Fiocruz Pernambuco avança na busca por tratamento para chikungunya

A Fiocruz Pernambuco anunciou o registro de uma patente relacionada a substâncias inovadoras com potencial antiviral contra o vírus chikungunya. Os compostos, pertencentes à classe dos triazólicos conjugados com bases pirimídicas, demonstraram capacidade de inibir a replicação viral em testes laboratoriais in vitro, com baixa toxicidade para as células.
O avanço é fruto de um projeto de iniciação científica conduzido pela estudante Melyssa Gabriely Silva, sob a orientação do pesquisador Lindomar Pena, do Departamento de Virologia da instituição. A síntese das substâncias foi realizada pelo grupo liderado pelo professor Ronaldo Oliveira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que há anos colabora com a Fiocruz em estudos sobre antivirais.
Os testes indicaram que as moléculas atuam diretamente na fase de replicação do vírus, impedindo sua disseminação nas células infectadas e apresentando alta viabilidade celular, um fator crucial para o desenvolvimento de futuros agentes terapêuticos.
Além dos experimentos laboratoriais, análises computacionais sugerem que os compostos podem inibir a polimerase viral, enzima essencial para a replicação do genoma do chikungunya.
Os pesquisadores planejam iniciar estudos pré-clínicos em modelos animais a partir de 2026. No entanto, ainda não há previsão para os ensaios clínicos, etapa essencial para o desenvolvimento de um novo medicamento. O registro da patente, realizado em parceria com a UFRPE, representa um grande avanço na pesquisa de antivirais no Brasil, especialmente diante da escassez de tratamentos específicos para a febre chikungunya, que afeta populações em regiões tropicais.