Mestre Vitalino é o Patrono da Arte do Barro de Pernambuco

Agora é oficial. Mestre Vitalino é o Patrono da Arte do Barro de Pernambuco. O título foi dado após aprovação na Assembleia Legislativa e agora sanção da lei 16.998. O projeto é de autoria do deputado Guilherme Uchôa que morreu em 2018.
O artesão é o precursor da arte do barro em Caruaru e imortalizou cenas do cotidiano do nordestino por meio das peças que confeccionava. O artista é inspiração para os artesãos do Alto do Moura.
Mestre Vitalino
O escultor, tocador de pífano e ceramista pernambucano Vitalino Pereira dos Santos, Mestre Vitalino, nasceu em 10 de julho de 1909 na cidade de Caruaru. Filho de um lavrador e de uma artesã que fazia panelas de barro para vender na feira, desde seis anos de idade já fazia transparecer seu talento moldando pequenos animais com as sobras do barro.
Mestre Vitalino foi um artista popular brasileiro, considerado um dos maiores artistas da história da arte do barro no Brasil.
O barro tirado do Rio Ipojuca, em cujas margens, Vitalino brincava na infância, foi desde cedo a matéria-prima que sem imaginar, mais tarde daria forma a sua arte e o tornaria famoso, produzindo uma arte simples que encantou o mundo, e que os especialistas decidiram batizar como arte figurativa.
Incentivou milhares de ceramistas espalhados pelo Brasil em seguir seus passos, destacadamente, em Caruaru, onde nas proximidades de sua antiga moradia, no bairro do Alto do Moura, funciona como celeiro de novos artesãos, produzindo peças únicas e vendidas para todo o mundo.
O caminho para sair do anonimato foi longo. Do “Alto do Moura”, onde o artista viveu e contava com a ajuda dos filhos, produzia as peças para vender na feira de Caruaru. Só a partir de 1947 a vida começou a melhorar, com o convite do artista plástico Augusto Rodrigues para uma exposição no Rio de Janeiro, passando a apresentar suas peças na Exposição de Cerâmica Popular Pernambucana.
Em janeiro de 1949, a fama do Mestre Vitalino foi se ampliando com uma exposição no MASP, e em 1955 fez parte de uma exposição de “Arte Primitiva e Moderna”, na Suíça. Suas obras passaram a ser valorizadas no Sudeste, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Sua arte está exposta não só em grandes museus brasileiros, mas também no Museu de Arte Popular de Viena, na Áustria e no Museu do Louvre, em Paris. No Brasil, grande parte de seu trabalho está nos museus Casa do Pontal e na Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, no Acervo Museológico da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, e no Alto do Moura, em Caruaru, onde o artista viveu.
Mestre Vitalino morreu em Caruaru, Pernambuco, no dia 20 de janeiro de 1963.